Entrei no terminal de ônibus e não sabia ao certo qual ônibus deveria pegar para chegar ao meu destino. Fui até o ponto onde havia maior concentração de pessoas e entrei no que acreditei ser a fila. Mas, não havia fila e as pessoas se espremiam umas contra as outras. Pessoas com mochilas nas costas, sacolas nos braços e celulares na mãos, olhando Facebook, jogando Candy Crush e reclamando da demora do ônibus. Depois de algum tempo de espera, um ônibus estacionou no ponto de trás e, acompanhando algumas pessoas, entrei nesse ônibus. Não havia assento desocupado e precisei ficar em pé. O motorista deu partida no carro e eu fiquei imaginado por onde eu deveria descer quando chegasse ao meu destino. Pela porta da frente ou pela porta de trás? Mas descer onde, se também não sabia qual o meu destino?
Estava na varanda de casa, esperando por uma brisa que amenizasse a sensação de calor. Nisso, avistei uma pessoa vestida de vermelho, subindo a rua assobiando e pulando de forma jovial. Sabia que era uma pessoa, mas, a bem da verdade, só avistei um vulto. Estava sem meus óculos em frente aos olhos e só consegui identificar a pessoa quando ela ficou a menos de 3 metros de onde estava. Era um senhor de meia idade com um olhar safado e um sorriso de satisfação no canto da boca. Curioso, apanhei meus óculos e coloquei no rosto a fim de enxergar melhor. Sobre a cabeça calva ele tinha um par de chifres, sob o queixo, um cavanhaque comprido e pontiagudo. Na parte de trás, saindo não sei de onde, uma apêndice peluda balançando à semelhança do rabo de bode. O indivíduo acenou para mim, sentou-se no chão e fez um sinal com a mão esquerda, indicando que sua presença haveria de perdurar.